sábado, 22 de dezembro de 2012

Capítulo 28 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 28

Para onde estão me levando?
Enquanto apertava o passo para acompanhar Anderson e Sato rumo às profundezas do
Capitólio, Langdon podia sentir o ritmo das batidas de seu coração aumentar a cada degrau que
descia. Primeiro, passaram pelo pórtico da Rotunda, depois desceram uma escadaria de mármore e,
em seguida, andaram na direção contrária à que tinham vindo, atravessando um portal largo para
entrar na célebre sala que ficava logo abaixo do chão da Rotunda. A Cripta do Capitólio.
O ar ali era mais pesado e Langdon já estava se sentindo claustrofóbico. O teto baixo da cripta
e a luz suave que vinha dele acentuavam a circunferência robusta das 40 colunas dóricas necessárias
para sustentar o vasto piso de pedra diretamente acima de suas cabeças. Relaxe, Robert. - Por aqui. -
Disse Anderson, andando depressa ao dobrar para a esquerda no amplo espaço circular.
Felizmente, aquela cripta ali não abrigava nenhum corpo. Em vez disso, continha diversas
estátuas, uma maquete do Capitólio e uma área rebaixada onde ficava guardado o estrado de madeira
sobre o qual eram dispostos os caixões nos funerais de Estado. O grupo passou depressa por ali, sem
um olhar que fosse para a estrela de quatro pontas no centro do piso onde outrora ardera a chama
eterna. Anderson parecia afobado e Sato estava novamente com o rosto enterrado no BlackBerry.
Langdon tinha ouvido dizer que o sinal dos celulares era ampliado e transmitido para todos os cantos
do prédio do Capitólio, de modo a possibilitar as centenas de ligações governamentais que
trafegavam por ali diariamente.
Depois de atravessar a cripta na diagonal, o grupo adentrou um saguão fracamente iluminado e
começou a serpentear por uma intrincada série de corredores e becos sem saída. O emaranhado de
passagens tinha portas numeradas, cada qual exibindo um número de identificação. Enquanto
seguiam seu caminho sinuoso, Langdon foi lendo o que estava escrito nas portas.
S154... S153... S152...
Não fazia a menor ideia do que havia atrás delas, mas pelo menos uma coisa agora parecia
clara: o significado da tatuagem na palma da mão de Peter Solomon. SBB13 parecia se referir a uma
porta numerada em algum lugar nas entranhas do Capitólio.
– O que são todas estas portas? - Perguntou Langdon, apertando sua bolsa de viagem com força
junto às costelas. Ele queria entender que relação poderia ter o pequeno embrulho de Solomon com
uma porta na qual estava escrito SBB13.
– Salas e depósitos. - Respondeu Anderson. - Escritórios e depósitos particulares. -
Acrescentou ele, relanceando os olhos para trás, na direção de Sato.

Sato sequer ergueu os olhos do BlackBerry.
– Parecem minúsculos. - Comentou Langdon.
– São armários metidos a besta, a maioria, mas mesmo assim é um dos metros quadrados mais
cobiçados de Washington. Isto aqui é o coração do Capitólio original, e a antiga câmara do Senado
fica dois andares acima de onde estamos.
– E a SBB13? - Indagou Langdon. - É o escritório de quem?
– De ninguém. O SBB é uma área de depósito particular, e devo dizer que estou intrigado para
saber como...
– Chefe Anderson - interrompeu Sato, sem tirar os olhos do BlackBerry -, leve-nos até lá e
pronto.
Anderson contraiu o maxilar e os guiou em silêncio pelo que agora parecia um híbrido de
galpão de armazenagem e labirinto épico. Em quase todas as paredes, placas de sinalização
apontavam para um lado e para o outro, aparentemente tentando indicar grupos específicos de salas
em meio àquela rede de corredores. S142 a S152...
ST1 a ST70...
H1 a H166 e HT1 a HT67...
Langdon duvidava que fosse capaz de encontrar sozinho a saída daquele lugar. Isto aqui é um
labirinto. Até onde conseguia entender, os números das salas eram precedidos de S ou H,
dependendo se estavam do lado do prédio correspondente ao Senado ou à House of Representatives,
ou seja, a Câmara dos Representantes. As áreas designadas como ST e HT ficavam aparentemente
em um nível que Anderson chamava de Terrace, um subsolo situado sob os terraços que cercavam o
Capitólio. Nem sinal de placa indicando SBB.
Por fim, chegaram diante de uma pesada porta de aço com um compartimento para inserir um
cartão de acesso.

Nível SB

Langdon sentiu que estavam chegando perto.
Anderson fez menção de pegar o cartão de acesso, mas hesitou, parecendo desconfortável com
as ordens de Sato.
– Chefe - insistou a diretora -, não temos a noite toda.
Com relutância, ele inseriu o cartão, destrancando a porta de aço. Depois a empurrou e todos
entraram num saguão. A porta pesada se fechou atrás deles com um dique. Langdon não tinha certeza

do que esperava encontrar ali, mas certamente não era o que via à sua frente. Estava diante de uma
escadaria que descia ainda mais.
– Vamos descer de novo? - Perguntou, estacando. - Existe um nível abaixo da cripta?
– Sim. - Respondeu Anderson. - SB significa "Senate Basement". É o Subsolo do Senado.
Langdon gemeu. Que ótimo.

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