sábado, 22 de dezembro de 2012

Capítulo 33 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 33

O especialista em segurança de sistemas Mark Zoubianis afundava cada vez mais em seu futon
e olhava de cara feia para as informações no monitor de seu laptop. Que raio de endereço é esse?
Suas melhores ferramentas de hacker não estavam surtindo efeito nenhum na tentativa de
acessar o arquivo ou identificar o misterioso endereço de IP de Trish. Dez minutos já haviam se
passado e o programa de Zoubianis continuava a lutar em vão contra os firewalls da rede. As
esperanças de sucesso pareciam escassas. Não é de espantar que estejam me pagando mais do que o
normal. Ele estava prestes a mudar de ferramenta e usar uma abordagem diferente quando seu
telefone tocou.
Trish, pelo amor de Deus, eu disse que ia ligar para você. Ele cortou o som do jogo de futebol
e atendeu.
– Oi.
– Mark Zoubianis? - Perguntou um homem. - De Kingston Drive, 357, em Washington?
Zoubianis pôde ouvir conversas abafadas ao fundo. Um operador de telemarketing ligando
durante o jogo? Eles ficaram malucos?
– Deixe-me adivinhar: ganhei uma semana de férias em uma ilha do Caribe?
– Não - Respondeu a voz sem nenhum pingo de humor. - Aqui é o departamento de segurança
de sistemas da CIA. Gostaríamos de saber por que o senhor está tentando invadir uma das nossas
bases de dados confidenciais.

Três andares acima do segundo subsolo do Capitólio, na ampla área do centro de visitantes, o
agente de segurança Nuñez trancou a porta de acesso principal como fazia toda noite naquela mesma
hora. No caminho de volta pelo vasto piso de mármore, pensou no homem tatuado vestido com o
casaco militar.
Eu o deixei entrar. Nuñez se perguntava se ainda teria emprego no dia seguinte.
Enquanto andava até a escada rolante, uma súbita batida na porta o fez se virar. Ele estreitou os
olhos na direção da entrada principal e viu um senhor negro do lado de fora, batendo no vidro com a
palma da mão aberta e gesticulando para que ele o deixasse entrar.
Nuñez sacudiu a cabeça e apontou para o relógio.
O homem tornou a bater no vidro e deu um passo para debaixo da luz. Estava vestido de forma
impecável com um terno azul e tinha os cabelos grisalhos rentes à cabeça. A pulsação de Nuñez se 
acelerou. Puta merda. Mesmo de longe, ele reconheceu o homem. Voltou às pressas para a porta
principal, destrancando-a em seguida.
– Sinto muito, senhor. Entre, por favor.
Warren Bellamy, Arquiteto do Capitólio, cruzou a soleira e agradeceu a Nuñez com um gesto
educado da cabeça. Bellamy era ágil e esbelto, com uma postura ereta e um olhar penetrante que
exalavam segurança. Ali estava um homem que tinha total controle do ambiente ao seu redor; fazia
25 anos que ele trabalhava como supervisor do Capitólio.
– Posso ajudá-lo, senhor? - Perguntou Nuñez.
– Pode, sim, obrigado. - Bellamy pronunciava as palavras com uma precisão cristalina. Como
havia estudado em uma das universidades de elite do nordeste dos Estados Unidos, sua dicção era tão
distinta que soava quase britânica. - Acabei de saber que houve um incidente aqui hoje à noite. - Ele
parecia muito preocupado.
– Sim, senhor, nós tivemos...
– Onde está o chefe Anderson?
– Lá embaixo, com a diretora Sato, do Escritório de Segurança da CIA.
Os olhos de Bellamy se arregalaram. 
– A CIA está aqui?
– Está, sim, senhor. A diretora Sato chegou quase imediatamente depois do incidente.
– Por quê? - Quis saber Bellamy.
Nuñez deu de ombros. Como se eu fosse perguntar. Bellamy se encaminhou direto para as
escadas rolantes.
– Onde eles estão?
– Acabaram de descer para os andares inferiores. - Nuñez pôs-se a segui-lo apressado.
Bellamy olhou para trás com uma expressão preocupada.
–  Para os andares inferiores? Por quê?
– Não sei bem... Só escutei isso no rádio.
O Arquiteto passara a andar mais depressa.
– Leve-me agora mesmo até onde eles estão.
– Sim, senhor.
Enquanto os dois cruzavam a passos rápidos o amplo saguão, Nuñez viu de relance um grande
anel de ouro no dedo de Bellamy.
O segurança sacou o rádio.
– Vou avisar ao chefe que o senhor está descendo.
– Não. - Os olhos de Bellamy faiscaram de maneira ameaçadora. - Prefiro não ser anunciado.
Nuñez tinha cometido alguns erros graves naquela noite, mas deixar de avisar ao chefe
Anderson que o Arquiteto estava no prédio seria o seu último.
– Senhor? - Indagou ele, pouco à vontade. - Eu acho que o chefe Anderson iria preferir...
– Você tem consciência de que eu sou o patrão do Sr. Anderson? - Atalhou Bellamy.
Nuñez aquiesceu.
– Então eu acho que ele iria preferir que você obedecesse às minhas ordens.

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