CAPÍTULO 42
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O senhor negro que conduzia Langdon pelo labirinto subterrâneo do Capitólio era obviamente
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uma pessoa poderosa. Além de conhecer bem o caminho por
todos aqueles corredores secundários e
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câmaras internas, o elegante desconhecido tinha um molho de chaves
que parecia destrancar todas as
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portas que impediam sua passagem. Langdon o seguiu, galgando às pressas uma escada
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desconhecida. Enquanto subiam, sentia a correia de couro de sua
bolsa cortar-lhe o ombro. A
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pirâmide de pedra era tão pesada que Langdon temia que a alça acabasse se partindo. Os últimos
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minutos transcorridos desafiavam qualquer lógica, e Langdon se surpreendeu avançando unicamente
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por instinto. Além de impedir que ele fosse preso por
Sato, o desconhecido tinha agido de forma
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arriscada para proteger a misteriosa pirâmide de Peter Solomon. Seja ela o
que for. Embora sua
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motivação ainda fosse um mistério, Langdon vislumbrara na mão do homem um cintilar de ouro
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revelador: um anel maçônico com a fênix de duas cabeças e o número 33. Aquele homem e Peter
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Solomon eram mais do que amigos de confiança. Eram irmãos maçons do mais alto grau. Langdon
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seguiu o homem até o alto da escada e entrou em outra
passagem, atravessando em seguida uma
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porta sem nada escrito que conduzia a um corredor de serviço. Passaram por caixas de material e
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sacos de lixo, dobrando na direção de uma porta de serviço que os fez adentrar um mundo
totalmente
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inesperado - uma espécie de sala de cinema com poltronas
acolchoadas. O homem mais velho os
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conduziu até o corredor lateral e através das portas principais rumo a um
saguão espaçoso e
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iluminado. Langdon então percebeu que estavam no centro de
visitantes pelo qual ele havia entrado
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mais cedo naquela noite.
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Infelizmente, um agente da polícia do Capitólio também estava ali.
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Quando se viram frente a frente, os três pararam e se entreolharam. Langdon
reconheceu o
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rapaz hispânico de horas atrás, quando havia passado pela máquina de raios X.
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– Agente Nuñez - disse o senhor negro -, não diga nada. Venha comigo.
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O segurança pareceu pouco à vontade, mas obedeceu sem
questionar.
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Quem é esse cara?
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Os três seguiram apressados em direção à ala sudeste do centro de
visitantes, chegando a um
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pequeno hall e a uma série de portas pesadas interditadas
por cones laranja. As portas estavam
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lacradas com fita adesiva, aparentemente para proteger o local
da poeira produzida pelo que quer que
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estivesse acontecendo do outro lado. O homem estendeu a mão e retirou a fita adesiva da porta.
Em
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– Nosso amigo chefe Anderson está no segundo subsolo. Talvez esteja
ferido. É melhor ir ver
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como ele está.
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– Sim, senhor. - Nuñez parecia perplexo e alarmado.
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– E o que é mais importante: você não nos viu. - O homem encontrou uma
chave e a retirou do
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chaveiro, usando-a para abrir o pesado trinco. Então descerrou a porta de aço e atirou a chave para o
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segurança. - Tranque esta porta depois que entrarmos. Recoloque a fita
da melhor maneira que
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conseguir. Ponha a chave no bolso e não diga nada. Para ninguém. Nem mesmo para o chefe.
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Entendido, agente Nuñez?
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O segurança olhou para a chave como se houvessem acabado de lhe confiar
uma pedra
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preciosa.
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– Entendido, senhor.
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O homem passou depressa pela porta e Langdon foi atrás. O segurança fechou o trinco atrás
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deles e Langdon pode ouvi-lo recolocando a fita adesiva.
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– Professor Langdon - disse o homem enquanto os dois desciam
rapidamente um corredor de
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aspecto moderno obviamente ainda em obras -, meu nome é Warren Bellamy. Peter Solomon é um
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grande amigo meu.
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Langdon lançou um olhar de espanto para o homem
imponente. O senhor é Warren Bellamy?
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Ele nunca tinha encontrado o Arquiteto do Capitólio, mas com certeza conhecia seu
nome.
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– Peter fala do senhor com muito respeito. - Disse Bellamy. -
Sinto muito por estarmos nos
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conhecendo nestas circunstâncias terríveis.
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– Peter está correndo grande perigo. A mão dele...
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– Eu sei. - Bellamy parecia amargurado. - Infelizmente, acho que
isso não é nem metade da
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história.
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Eles chegaram ao final da parte iluminada do corredor, que a
partir daquele ponto fazia uma
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curva abrupta para a esquerda. O trecho restante, aonde quer que
levasse, estava escuro feito breu.
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– Espere. - Falou Bellamy, desaparecendo dentro de uma casa de máquinas próxima dali, da
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qual grossas extensões elétricas laranja serpeavam,
afastando-se deles rumo à escuridão do corredor.
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Langdon aguardou enquanto Bellamy fuçava lá dentro. O Arquiteto provavelmente
havia
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localizado o interruptor que alimentava as extensões, porque de repente, o caminho
diante deles se
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iluminou.
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Ficar olhando foi o máximo que Langdon conseguiu fazer.
Assim como Roma, Washington era
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uma cidade crivada de passagens secretas e túneis subterrâneos. O corredor à sua frente fazia
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Langdon pensar no Passetto, o túnel que ligava o Vaticano ao Castelo
Sant'Angelo. Longo. Escuro.
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pronto. Era um canteiro de obras apertado, tão comprido que parecia se estreitar
até desaparecer ao
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longe. A única iluminação era proporcionada por uma série de lâmpadas temporárias espaçadas, que
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pouco faziam além de acentuar a inacreditável extensão do túnel. Bellamy já estava avançando pelo
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corredor.
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– Venha comigo. Cuidado onde pisa.
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Langdon começou a seguir Bellamy, perguntando-se
aonde aquele túnel poderia levar.
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Naquela mesma hora, Mal'akh saiu do Galpão 3 e desceu às pressas o corredor principal do
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CAMS em direção ao Galpão 5. Segurava na mão o cartão de acesso de Trish e sussurrava
baixinho:
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– 0-8-0-4.
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Outra coisa também circulava por sua mente. Ele tinha
acabado de receber um recado urgente
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do Capitólio. Meu contato encontrou dificuldades imprevistas. Ainda
assim, as notícias eram boas:
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Robert Langdon agora estava de posse tanto da pirâmide quanto do cume. Apesar da
maneira
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inesperada como tudo havia acontecido, as peças fundamentais estavam se
encaixando. Era quase
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como se o próprio destino estivesse guiando os
acontecimentos daquela noite, garantindo a vitória de
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Mal'akh.
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