terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Capítulo 43 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 43

Langdon se apressou para acompanhar o ritmo dos passos velozes de Warren Bellamy
enquanto os dois avançavam em silêncio pelo túnel comprido. Até ali, o Arquiteto do Capitólio
parecia muito mais preocupado em aumentar a distância entre Sato e aquela pirâmide de pedra do
que em explicar a Langdon o que estava acontecendo. Langdon sentia uma apreensão crescente de
que havia muito mais por trás daquilo do que ele podia imaginar.
A CIA? O Arquiteto do Capitólio? Dois maçons de grau 33? O toque estridente do celular de
Langdon cortou o ar. Ele sacou o telefone do paletó. Hesitante, atendeu.
– Alô?
A voz que falou era um sussurro sinistro e familiar.
– Professor, fiquei sabendo que o senhor ganhou uma companhia inesperada. -  Langdon sentiu
um calafrio gélido.
– Onde está Peter? - Exigiu saber, suas palavras ecoando no túnel fechado. Ao seu lado, Warren
Bellamy lançou-lhe um olhar de esguelha, parecendo preocupado e gesticulando para Langdon
continuar andando.
– Não se preocupe. - Disse a voz. - Como eu lhe disse, Peter está em um lugar seguro.
– Você cortou a mão dele, pelo amor de Deus! Ele precisa de um médico!
– Ele precisa é de um padre. - Retrucou o homem. - Mas o senhor pode salvá-lo. Se cumprir
minhas ordens, Peter viverá. Eu lhe dou a minha palavra.
– A palavra de um louco não significa nada para mim.
– Louco? Professor, com certeza o senhor é capaz de apreciar o respeito que demonstrei hoje à
noite aos protocolos antigos. A Mão dos Mistérios o guiou até um portal: a pirâmide que promete
revelar um saber antigo. Eu sei que o senhor está com ela.
– Você acha que esta é a Pirâmide Maçônica? - Perguntou Langdon. - É só um pedaço de
pedra.
Houve silêncio do outro lado da linha.
– Professor Langdon, o senhor é inteligente demais para bancar o idiota. Sabe muito bem o que
descobriu hoje à noite. Uma pirâmide de pedra, escondida no coração de Washington por um
poderoso maçom.
– Você está perseguindo um mito! Não sei o que Peter lhe disse, mas ele estava com medo. A
lenda da Pirâmide Maçônica é uma ficção. Os maçons nunca construíram pirâmide alguma para
proteger um saber secreto. E, mesmo que tivessem construído, esta aqui é pequena demais para ser o
que você acha que é.
O homem deu uma risadinha.
– Estou vendo que Peter lhe disse muito pouca coisa. Mesmo assim, professor Langdon, quer
acredite ou não no que tem agora em suas mãos, o senhor vai fazer o que eu digo. Eu sei muito bem
que a pirâmide que está carregando tem uma inscrição gravada. O senhor vai decifrá-la para mim.
Depois, e só depois, eu lhe devolverei Peter Solomon.
– Não sei o que você acha que essa inscrição revela - disse Langdon -, mas não são os Antigos
Mistérios.
É claro que não. - Retrucou o outro. - Os mistérios são vastos demais para estarem escritos na
lateral de uma pequena pirâmide de pedra.
A resposta pegou Langdon desprevenido.
– Mas, se essa inscrição não revela os Antigos Mistérios, então essa não é a Pirâmide
Maçônica. A lenda diz claramente que ela foi construída para protegê-los.
O homem assumiu um tom condescendente.
– Professor Langdon, a Pirâmide Maçônica foi construída para proteger os Antigos Mistérios,
mas com uma ressalva que o senhor aparentemente não entendeu. Peter nunca lhe contou? O poder
da Pirâmide Maçônica não está no fato de que ela revela os mistérios em si... Mas sim a localização
secreta onde os Mistérios estão enterrados.
Langdon mal acreditou no que estava escutando.
– Decifre a inscrição - prosseguiu a voz -, e ela lhe revelará o local onde está escondido o
maior tesouro da humanidade. -Ele riu. - Peter não lhe confiou o tesouro em si, professor. - Langdon
estacou abruptamente no meio do túnel.
– Espere aí. Você está dizendo que a pirâmide é... Um mapa? - Bellamy parou também e sua
expressão era de choque e alarme. Obviamente, o homem ao telefone havia acabado de tocar em um
ponto sensível. A pirâmide é um mapa.
– Esse mapa - sussurrou a voz -, ou essa pirâmide, ou portal, ou seja lá como o senhor prefira
chamá-lo... Foi criado há muito tempo para garantir que o local onde os Antigos Mistérios estão
escondidos nunca fosse esquecido, nunca se perdesse na história.
– Uma grade de 16 símbolos não se parece muito com um mapa.
– As aparências enganam, professor. Mesmo assim, só o senhor tem o poder de ler essa
inscrição.
– Você está errado. - Disparou Langdon, pensando no código simples. - Qualquer um seria
capaz de decifrar essa inscrição. Ela não é muito sofisticada.
– Desconfio que a pirâmide contenha mais segredos do que parece. Seja como for, só o senhor
tem o cume.
Langdon pensou no pequeno cume que trazia na bolsa. Ordem a partir do caos? Não sabia
mais em que acreditar, mas a pirâmide de pedra que carregava parecia ficar mais pesada a cada
segundo.

Mal'akh pressionou o celular contra o ouvido, apreciando o som da respiração nervosa de
Langdon do outro lado da linha.
– Agora preciso cuidar de outro assunto, professor, e o senhor também. Ligue para mim assim
que tiver decifrado o mapa. Iremos juntos até o esconderijo e faremos a troca. A vida de Peter... Por
todo o saber de todas as eras.
– Eu não vou fazer nada. - Declarou Langdon. - Principalmente enquanto não tiver provas de
que Peter está vivo.
– Não me provoque. O senhor é uma engrenagem muito pequena dentro de uma imensa
máquina. Se me desobedecer ou tentar me encontrar, Peter vai morrer. Isso eu juro.
– Até onde sei, Peter já está morto.
– Ele está bem vivo, professor, mas precisa desesperadamente da sua ajuda.
– Diga a verdade, o que você está procurando? - Gritou Langdon ao telefone.
Mal'akh fez uma pausa antes de responder.
– Muitas pessoas já buscaram os Antigos Mistérios e especularam sobre o seu poder. Hoje à
noite, eu vou provar que eles são reais.
Langdon ficou calado.
– Sugiro que o senhor comece a trabalhar no mapa imediatamente. - Disse Mal'akh. - Eu
preciso dessa informação hoje.
– Hoje? Já passa das nove da noite!
– Justamente. Tempus fugit.

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