CAPÍTULO 49
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Robert Langdon desligou o celular, cada vez mais preocupado. Por
que Katherine não está
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atendendo? Ela havia prometido telefonar assim que conseguisse
sair em segurança do laboratório e
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estivesse a caminho para encontrá-lo, mas até agora nada.
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Bellamy estava sentado ao lado de Langdon à mesa da sala de leitura. O
Arquiteto também
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acabara de dar um telefonema, no seu caso, para uma pessoa que,
dizia ele, poderia lhes dar guarida -
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um lugar seguro para se esconder. Infelizmente, essa pessoa
tampouco estava atendendo, de modo
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que Bellamy deixara um recado urgente dizendo-lhe para ligar
imediatamente para o celular de
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Langdon. - Vou continuar tentando - disse ele a Langdon -, mas,
por ora, estamos sozinhos. E
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precisamos conversar sobre um plano para esta pirâmide.
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A pirâmide. Para Langdon, o cenário espetacular da sala de leitura
tinha praticamente
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desaparecido, e seu mundo agora se reduzia apenas ao que estava
logo à sua frente: uma pirâmide de
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pedra, um embrulho lacrado contendo um cume e um negro elegante
que havia se materializado da
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escuridão para resgatá-lo de um interrogatório da CIA. Langdon imaginava que o
Arquiteto do
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Capitólio tivesse pelo menos alguma sanidade, mas agora parecia que
Warre Bellamy não era mais
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racional do que o louco que dizia que Peter estava no purgatório. Bellamy insistia que aquela
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pirâmide de pedra era de fato a Pirâmide Maçônica da lenda. Um antigo mapa? Que
nos conduz a
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um poderoso saber?
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– Sr. Bellamy - disse Langdon com educação -, essa ideia de que existe algum
tipo de saber
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antigo capaz de conferir grande poder aos homens... Eu
simplesmente não consigo levar isso a sério.
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O olhar de Bellamy exibiu ao mesmo tempo decepção e intensidade, tornando o
ceticismo de
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Langdon ainda mais constrangedor.
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– Sim, professor, eu já imaginava que o senhor fosse pensar
assim, por isso eu não deveria ficar
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surpreso. O senhor é uma pessoa de fora olhando para
dentro. Existem determinadas realidades
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maçônicas que irá perceber como mitos, porque não foi devidamente iniciado nem está preparado
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para compreendê-las.
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Langdon sentiu que estava sendo tratado feito criança. Eu não fiz parte da tripulação de
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Odisseu, mas tenho certeza de que os ciclopes são um mito.
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– Sr. Bellamy, mesmo que a lenda seja verdade... Esta pirâmide aqui não pode ser a Pirâmide
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Maçônica.
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– Não? - Bellamy correu um dedo pela inscrição maçônica na pedra. - Parece-me que ela
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segundo o raio X de Sato, é exatamente o que Peter lhe confiou.
- Bellamy apanhou o pequeno
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embrulho em forma de cubo, sopesando-o.
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– Esta pirâmide de pedra tem cerca de 30 centímetros de altura. - Rebateu Langdon.
- Todas as
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versões da história que já escutei descrevem a Pirâmide Maçônica como enorme. - Bellamy
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claramente já tinha pensado nisso.
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– Como o senhor sabe, a lenda se refere a uma pirâmide tão alta que Deus em pessoa pode
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estender a mão para tocá-la.
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– Exato.
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– Entendo seu dilema, professor. Apesar disso, tanto os Antigos
Mistérios quanto a filosofia
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maçônica celebram o potencial divino dentro de cada um de nós. Simbolicamente falando, seria
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possível afirmar que qualquer coisa ao alcance de um homem
esclarecido... Está ao alcance de Deus.
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Langdon não se deixou abalar pelo jogo de palavras.
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– Até mesmo a Bíblia confirma isso. - Disse Bellamy. - Se aceitarmos, como diz o
Gênesis, que
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"Deus criou o homem à Sua imagem", então, também devemos aceitar as implicações disso: ou seja,
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que a humanidade não foi criada inferior a Deus. Em
Lucas 17:21, podemos ler que "O reino de
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Deus está entre vós".
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– Desculpe, mas não conheço nenhum cristão que se considere igual a Deus.
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– Claro que não. - Disse Bellamy em tom mais duro.
- Porque a maioria dos cristãos quer o
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melhor dos dois mundos. Eles querem poder declarar
orgulhosamente que creem na Bíblia, mas
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simplesmente preferem ignorar as partes que consideram difíceis ou inconvenientes demais para
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acreditar.
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Langdon não respondeu nada.
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– De toda forma - disse Bellamy -, quanto à descrição secular da Pirâmide Maçônica como alta
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o suficiente para poder ser tocada por Deus, ela levou a várias interpretações equivocadas em relação
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ao seu tamanho. Convenientemente, isso faz acadêmicos como o senhor seguirem
insistindo que a
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pirâmide é uma lenda, então ninguém a procura.
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Langdon baixou os olhos para a pirâmide de pedra.
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– Desculpe se estou decepcionando o senhor - disse ele -, mas é que sempre pensei na Pirâmide
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Maçônica como um mito.
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– Não lhe parece perfeitamente apropriado que um mapa criado por
pedreiros esteja gravado
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em pedra? Ao longo da história, nossas diretrizes mais
importantes sempre foram gravadas em pedra,
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incluindo a tabuleta entregue por Deus a Moisés: 10 Mandamentos para guiar a
conduta humana.
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– Entendo, mas, mesmo assim, todas as referências são sempre à lenda da Pirâmide Maçônica.
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– Sim, lenda. - Bellamy deu uma risadinha. - Temo que o senhor
esteja com mesmo problema
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que Moisés enfrentou.
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– Como assim?
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Bellamy parecia estar quase achando graça ao se virar na cadeira e erguer os
olhos para a
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segunda galeria, onde 16 estátuas de bronze os espiavam lá de cima.
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– Está vendo Moisés?
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Langdon olhou para a famosa estátua de Moisés da biblioteca.
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– Estou.
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– Ele tem chifres.
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– Eu sei disso.
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– Mas sabe por que ele tem chifres?
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Como a maioria dos professores, Langdon não gostava de levar sermão. O Moisés acima deles
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tinha chifres pela mesma razão que milhares de imagens cristãs de Moisés tinham chifres - um erro
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de tradução do livro do Êxodo. O texto original em hebraico
descrevia Moisés como tendo um
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"karan ohrpanav", o que quer dizer que "sua pele
do rosto brilhava com raios de luz". Mas, quando a
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Igreja católica fez a tradução oficial da Bíblia para o latim, o tradutor se
confundiu na descrição de
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Moisés, traduzindo-a como "cornuta esset facies sua", que
significa "seu rosto tinha chifres". A partir
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daí, artistas e escultores, temendo represálias caso não fossem fiéis aos Evangelhos, começaram a
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retratar Moisés com chifres.
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– Foi um simples erro. - Respondeu Langdon. - Uma tradução equivocada de São Jerônimo por
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volta de 400 d.C. - Bellamy pareceu impressionado.
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– Exato. Uma tradução equivocada. E o resultado disso...
É que o pobre Moisés agora está
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desfigurado para sempre. - "Desfigurado" era bondade
dele. Quando criança, Langdon ficara
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aterrorizado ao ver o diabólico "Moisés chifrudo" de Michelangelo; peça central da Basílica de São
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Pedro Acorrentado, em Roma.
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– Estou mencionando o Moisés chifrudo - disse Bellamy - para
ilustrar como uma única
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palavra, quando mal compreendida, é capaz de reescrever a história.
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O senhor está querendo ensinar o pai-nosso ao vigário, pensou Langdon, que havia
aprendido
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essa lição na própria pele em Paris alguns anos antes. SanGreal: Santo Graal.
SangReal: Sangue
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Real.
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– No caso da Pirâmide Maçônica - prosseguiu Bellamy -, as
pessoas ouviram boatos sobre uma
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"legenda". E a ideia pegou. A história legendária da Pirâmide Maçônica soava como um mito. Mas a
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forma muito parecida com a palavra talismã. - Ele sorriu. - A linguagem pode
ser muito boa para
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esconder a verdade.
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– O senhor tem razão, mas não estou entendendo aonde quer
chegar.
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– Robert, a Pirâmide Maçônica é um mapa. E, como todo mapa, ela tem
uma legenda: uma
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chave que ensina como deve ser lida. - Bellamy pegou o embrulho
em forma de cubo e o levantou. -
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Não está vendo? O cume é a legenda da pirâmide. Ele é a chave que ensina a ler o artefato
mais
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poderoso da Terra, um mapa que revela onde está escondido o maior tesouro da
humanidade: o saber
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perdido de todas as épocas.
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Langdon se calou.
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– Eu sugiro humildemente - disse Bellamy - que sua gigantesca
Pirâmide Maçônica não passa
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disto aqui... Uma modesta pedra cujo cume de ouro se ergue alto
o bastante para ser tocado por Deus.
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Alto o bastante para um homem esclarecido poder estender a mão e tocá-lo.
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O silêncio pairou entre os dois homens por vários segundos.
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Então, Langdon sentiu um arroubo inesperado de entusiasmo ao fitar
novamente a pirâmide,
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vendo-a com novos olhos. Tornou a olhar para a cifra maçônica.
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– Mas este código... Parece tão...
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– Simples? - Langdon assentiu.
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– Praticamente qualquer um poderia decifrá-lo. - Bellamy sorriu e pegou lápis e papel para
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Langdon.
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– Então talvez você possa nos esclarecer a questão. - Langdon não se sentia à vontade lendo
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aquele código, mas, levando em conta as circunstâncias, aquilo lhe parecia uma traição menor à
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confiança de Peter. Além do mais, independentemente do que
dissesse aquela inscrição, ele não
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podia imaginar que fosse de fato revelar o esconderijo secreto
de qualquer coisa... Quanto mais de
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um dos maiores tesouros da história.
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Langdon pegou o lápis que Bellamy lhe estendia e ficou
dando batidinhas com ele no queixo
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enquanto estudava a cifra. Era tão fácil que ele nem precisava de lápis e papel. Mesmo assim, queria
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ter certeza de que não cometeria nenhum erro, por isso
levou obedientemente o lápis ao papel e
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escreveu a chave de leitura mais comum para uma cifra maçônica. Ela era constituída por quatro
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grades - duas simples, duas pontilhadas - nas quais as letras do
alfabeto se encaixavam na ordem
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correta. Cada letra ficava então posicionada dentro de um
"compartimento" ou "baia" de formato
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único. O formato do compartimento de
cada letra se tornava o símbolo dessa letra.
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Langdon conferiu o que havia traçado. Seguro de que a chave estava
correta, voltou sua
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atenção para o código inscrito na pirâmide. Para decifrá-lo, tudo que precisava fazer era
encontrar o
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formato correspondente na chave de leitura e escrever a letra
que este continha.
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O primeiro caractere da pirâmide se parecia com uma flecha
apontando para baixo ou um
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cálice. Langdon encontrou sem demora o segmento em forma de cálice na chave de leitura. Ele
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estava situado no canto inferior esquerdo e continha a letra S.
Langdon escreveu S.
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O símbolo seguinte da pirâmide era um quadrado sem a lateral
direita e com um ponto. Na
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grade de interpretação, esse formato continha a letra O.
Ele escreveu O.
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O terceiro símbolo era um quadrado simples, que
continha a letra E.
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Langdon escreveu E.
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S O E...
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Ele prosseguiu, indo cada vez mais rápido até completar toda a grade. Então, ao olhar para a
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tradução concluída, soltou um suspiro intrigado. Não é bem o que eu chamaria de momento
eureca.
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O rosto de Bellamy exibia um esboço de sorriso.
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– Como você sabe, professor, os Antigos Mistérios são reservados apenas para os
|
verdadeiramente iluminados.
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