terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Capítulo 50 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 50

Dentro de uma sala subterrânea no coração da sede da CIA em Langley, na Virgínia, a mesma
cifra maçônica de 16 caracteres brilhava intensamente em um monitor de alta definição. Nola Kaye,
analista sênior do ES, estava sentada estudando a imagem que sua chefe, Inoue Sato, tinha lhe
enviado por e-mail 10 minutos antes.
Será que isso é algum tipo de brincadeira? Nola sabia que não, claro; a diretora Sato não tinha
um pingo de senso de humor e os acontecimentos daquela noite estavam longe de ser engraçados. O
alto nível de acesso de Nola dentro do todopoderoso Escritório de Segurança da CIA havia aberto
seus olhos para os mundos escusos do poder. Mas o que Nola vira nas últimas 24 horas mudara para
sempre sua maneira de encarar os segredos que os poderosos guardavam.
– Sim, diretora. - Nola estava dizendo agora, segurando o fone com o ombro enquanto falava
com Sato. - A inscrição é de fato a cifra maçônica. Mas o texto resultante não significa nada. Parece
uma grade de letras aleatórias. - Ela olhou para o texto que havia decodificado.

– Mas deve significar alguma coisa. - Insistiu Sato.
– Só se o texto tiver uma segunda camada de codificação que não estou percebendo.
– Algum palpite? - Perguntou Sato.
É uma matriz com base em uma grade, então, eu poderia tentar o de praxe... Vigenère,
treliças, e por aí vai... Mas não prometo nada, principalmente se for uma chave de uso único.
– Faça o que for preciso. E faça depressa. E o raio X?
Nola girou a cadeira até ficar de frente para um segundo sistema, que exibia um raio X de
segurança da bolsa de alguém. Sato havia solicitado informações sobre o que parecia ser uma
pequena pirâmide dentro de uma caixa em forma de cubo. Normalmente, um objeto de cinco
centímetros de altura não seria uma questão de segurança nacional, a menos que fosse feito de
plutônio enriquecido. Mas não era o caso. Ele era feito, no entanto, de um material quase igualmente
espantoso.
– A análise de densidade da imagem foi conclusiva. - Disse Nola. - Exatos 19,3 gramas por
centímetro cúbico. É ouro puro. Muito, muito valioso.
– Algo mais?
– Na verdade, sim. O scan de densidade detectou pequenas irregularidades na superfície da
pirâmide de ouro. Isto é, tem um texto gravado no metal.
É mesmo? - Sato pareceu esperançosa. - E o que esse texto diz?
– Ainda não dá para saber. A inscrição está muito apagada. Estou tentando melhorar a
qualidade com filtros, mas a resolução do raio X não está grande coisa.
– Tudo bem, continue tentando. Ligue para mim quando descobrir alguma coisa.
– Sim, senhora.
– E... Nola? - O tom de Sato se tornou grave. - Assim como tudo o que você descobriu nas
últimas 24 horas, as imagens da pirâmide de pedra e do cume de ouro têm o mais alto grau de
confidencialidade possível. Você não deve consultar ninguém. Reporte-se diretamente a mim. Quero
ter certeza de que isso está claro.
– Fique tranquila, senhora.
Ótimo. Mantenha-me informada. - Sato desligou.
Nola esfregou os olhos e tornou a fitar os monitores com a vista cansada. Fazia 36 horas que
não dormia e sabia muito bem que continuaria acordada até aquela crise terminar. Seja ela qual for.
No Centro de Visitantes do Capitólio, quatro agentes da CIA especializados em trabalho de
campo estavam parados junto à entrada do túnel, espiando avidamente pela passagem mal iluminada
como uma matilha de cães ansiosos pela caçada. Depois de desligar o telefone, Sato se aproximou
dos homens vestidos de preto.
– Senhores - disse ela, ainda segurando a chave do Arquiteto -, os parâmetros da sua missão
estão claros?
– Positivo. - Respondeu o líder do grupo. - Temos dois alvos. O primeiro é uma pirâmide de
pedra gravada com cerca de 30 centímetros de altura. O segundo é um embrulho menor em formato
de cubo, com cerca de cinco centímetros de altura. Ambos foram avistados pela última vez dentro da
bolsa de Robert Langdon.
– Correto. - Disse Sato. - Esses dois objetos devem ser recuperados depressa e intactos. Os
senhores têm alguma pergunta?
– Quais são os parâmetros para uso da força?
O ombro de Sato continuava dolorido onde Bellamy a golpeara com um osso.
– Como eu disse, recuperar esses objetos é de suma importância.
– Entendido. - Os quatro homens se viraram, penetrando na escuridão do túnel.
Sato acendeu um cigarro e ficou observando enquanto eles desapareciam. 

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