terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Capítulo 53 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 53

– Como eu tentei lhe contar - dizia Bellamy para Langdon -, esta pirâmide contém mais
segredos do que parece.
Tudo indica que sim, pensou Langdon.
O professor tinha de reconhecer que a pirâmide de pedra dentro de sua bolsa aberta parecia-lhe
agora muito mais misteriosa. A interpretação que fizera do código maçônico havia produzido uma
grade de letras aparentemente sem nenhum sentido. Caos.

Langdon passou um bom tempo examinando aquela grade, à procura de algum indício de
significado nas letras - palavras ocultas, anagramas, qualquer tipo de pista -, mas não teve sucesso.
– Dizem - começou a explicar Bellamy - que a Pirâmide Maçônica guarda seus segredos atrás
de muitos véus. A cada um que se ergue, outro surge. Você desvendou essas letras, mas elas nada
revelam antes que outra camada seja removida. É claro que somente aquele que detém o cume sabe
como fazer isso. Desconfio que ele também tenha uma inscrição que ensina a decifrar a pirâmide.
Langdon olhou de relance para o embrulho em forma de cubo sobre a mesa. Depois de ouvir o
que Bellamy tinha dito, ele entendeu que o cume e a pirâmide eram um "código segmentado" - um
enigma dividido em vários pedaços. Os criptologistas modernos usavam códigos  segmentados  o
tempo todo, embora esse esquema de segurança tivesse sido inventado na Grécia Antiga. Quando,
queriam guardar informações secretas, os gregos as gravavam em uma tabuleta de argila e depois a
quebravam em vários pedaços, escondendo cada um deles em um local diferente. Somente quando
todas as peças eram reunidas os segredos podiam ser lidos. Esse tipo de tabuleta de argila gravada -
chamado de symbolon - era, na verdade, a origem da palavra moderna símbolo.

– Robert - disse Bellamy -, esta pirâmide e este cume foram mantidos separados durante muitas
gerações, o que garantiu a segurança do segredo. - Seu tom se tornou pesaroso. - Mas, hoje à noite,
as duas peças se aproximaram perigosamente. Tenho certeza de que não preciso dizer isso, mas é
nosso dever garantir que esta pirâmide não seja completada. - Langdon estava achando exagerado
aquele drama todo de Bellamy. Ele está descrevendo o cume e a pirâmide... Ou um detonador e uma
bomba nuclear? Ainda não conseguia aceitar muito bem as afirmações do Arquiteto, mas isso
parecia pouco importar.
– Mesmo que isto aqui seja de fato a Pirâmide Maçônica e mesmo que esta inscrição de alguma
forma revele o paradeiro de um saber antigo, como esse conhecimento poderia conferir a alguém o
poder que lhe é atribuído?
– Peter sempre me falou que você era difícil de convencer, um acadêmico que prefere provas a
especulações.
– Está me dizendo que acredita mesmo nisso? - Quis saber Langdon, perdendo a paciência. -
Com todo o respeito... Você é um homem moderno, educado. Como é que pode acreditar numa coisa
dessas?
Bellamy deu um sorriso complacente.
– O ofício da Francomaçonaria me fez ter um profundo respeito por aquilo que transcende a
compreensão humana. Eu aprendi a nunca fechar a mente a nenhuma ideia pelo simples fato de ela
parecer milagrosa.

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