terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Capítulo 64 (O Simbolo Perdido)


CAPÍTULO 64

Chega de segredos, pensou Katherine Solomon.
Na mesa à sua frente, o lacre de cera que havia permanecido intacto por muitas gerações jazia
em pedaços. Ela terminou de retirar o papel pardo desbotado do embrulho do irmão. Ao seu lado,
Langdon parecia claramente desconfortável.
De dentro do papel, Katherine extraiu uma caixinha de pedra cinza. Semelhante a um cubo de
granito polido, não tinha dobradiças nem fecho - e aparentemente não havia como abri-la. Lembra
aquelas caixinhas chinesas que são verdadeiros quebra-cabeças, pensou Katherine.
– Parece um bloco maciço. - Disse ela, correndo os dedos pelas bordas. - Tem certeza de que o
raio X mostrou que há um cume dentro dela?
– Tenho. - Respondeu Langdon, aproximando-se e examinando a misteriosa caixinha. Ele e
Katherine a estudaram de ângulos diferentes, tentando encontrar um jeito de abri-la.
– Achei. - Disse Katherine, depois de localizar com a unha a fenda escondida que margeava
uma das laterais superiores da caixa. Depois de colocá-la sobre a mesa, ela ergueu cuidadosamente a
tampa, que se abriu com facilidade, como a parte de cima de um porta-jóias elegante.
Quando a tampa caiu para trás, tanto Langdon quanto Katherine arquejaram ruidosamente de
espanto. O interior da caixa parecia reluzir, brilhando com um fulgor quase sobrenatural. Katherine
nunca tinha visto um pedaço de ouro daquele tamanho, de modo que levou alguns instantes para
perceber que precioso metal estava simplesmente refletindo o brilho da luminária.
– Espetacular. - Sussurrou ela.
Apesar de ter passado mais de um século lacrado num cubo de pedra, o cume não perdera o
brilho nem exibia qualquer defeito. O ouro resiste às leis entrópicas da decomposição; esse é um dos
motivos pelos quais os antigos o consideravam mágico. Katherine sentiu o pulso acelerar enquanto
se inclinava para olhar o topo dourado.
– Tem uma inscrição nele.
Langdon se aproximou até os ombros dos dois se tocarem. Seus olhos azuis faiscavam de
curiosidade. Ele havia contado a Katherine sobre o antigo costume grego de criar um symbolon - um
código dividido em várias partes - e lhe explicara que aquele cume, havia muito separado da
pirâmide em si, conteria a chave para decifrá-la. Supostamente, aquela inscrição, qualquer que fosse
seu significado, criaria ordem a partir do caos.

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