quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Capítulo 8 (O Simbolo Perdido)



CAPÍTULO 8

Robert Langdon parou na soleira da porta do Salão Nacional das Estátuas, petrificado, e
estudou a surpreendente cena à sua frente. A sala era exatamente como ele se lembrava - um
semicírculo harmonioso, construído no mesmo estilo de um anfiteatro grego. As graciosas paredes
curvas de arenito e marmorino italiano eram pontuadas por colunas de breccia multicolorida,
entremeadas pela coleção nacional de estátuas - esculturas em tamanho natural de 38 norte-
americanos importantes, dispostas ao redor de um vasto espaço revestido com ladrilhos de mármore
preto e branco.
Tudo estava do mesmo jeito que no dia da palestra que assistira ali.
Exceto por um detalhe.
Desta vez, o salão estava deserto.
Nada de cadeiras. Nada de espectadores. Nada de Peter Solomon. Apenas um punhado de
turistas zanzando para lá e para cá, alheios à entrada triunfal de Langdon. Será que Peter quis dizer
na Rotunda? Ele espiou pelo corredor sul na direção da Rotunda e viu turistas circulando por lá
também. Os ecos das badaladas do relógio haviam silenciado. Agora Langdon estava oficialmente
atrasado.
Ele voltou às pressas para o corredor e encontrou um guia turístico.
– Com licença, onde será a palestra do evento do Smithsonian hoje à noite?
O guia hesitou.
– Não saberia dizer, senhor. Quando vai começar?
– Agora!
O homem balançou a cabeça.
– Não estou sabendo de nenhum evento do Smithsonian hoje à noite... Pelo menos não aqui.
Atarantado, Langdon voltou depressa para o meio do salão, correndo os olhos por todo o
espaço. Será que isso é algum tipo de brincadeira de Solomon? A hipótese lhe parecia inimaginável.
Sacou o celular e o fax recebido naquela manhã e discou o número de Peter.
O telefone levou alguns segundos para captar um sinal dentro do imenso prédio. Por fim,
começou a tocar. O conhecido sotaque sulista atendeu.
– Escritório de Peter Solomon, Anthony falando. Em que posso ajudar?
– Anthony! - disse Langdon, aliviado. - Que bom que você ainda está aí. Aqui é Robert
Langdon. Parece que está havendo alguma confusão em relação à palestra. Estou no meio do Salão
das Estátuas, mas não há ninguém aqui. A palestra foi transferida para alguma outra sala?


 Acho que não, professor. Deixe-me verificar. - O assistente fez uma pausa. - O senhor
confirmou diretamente com o Sr. Solomon?
Langdon ficou confuso.
– Não, eu confirmei com você, Anthony. Hoje de manhã!
– Sim, eu me lembro disso. - Houve um silêncio na linha. - Foi um pouco descuidado da sua
parte, não acha, professor? - Àquela altura, Langdon estava totalmente alerta.
– Como disse?
– Pense no seguinte... - disse o homem. - O senhor recebeu um fax pedindo-lhe que ligasse
para um número de telefone, o que fez sem titubear. Falou com um total desconhecido que se
apresentou como assistente de Peter Solomon. Em seguida, o senhor embarcou por livre e espontânea
vontade em um jatinho particular para Washington e entrou em um carro que o estava aguardando.
Correto?
Langdon sentiu um calafrio percorrer seu corpo.
– Quem está falando, droga? Onde está Peter?
– Infelizmente, acho que Peter Solomon não tem a menor ideia de que o senhor está em
Washington hoje. - O sotaque sulista do homem desapareceu, e sua voz se transformou em um
sussurro mais grave, melífluo. - O senhor está aqui, professor Langdon, porque eu quero que esteja.

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