FATOS
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Em 1991, um documento foi trancado no cofre do diretor da CIA. O
documento continua lá até
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hoje. Seu texto em código inclui referências a um antigo portal e a uma
localização subterrânea
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desconhecida. O documento também contém a frase: "Está enterrado lá em algum lugar"!
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Todas as organizações citadas neste romance existem,
incluindo a Francomaçonaria, o Colégio
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Invisível, o Escritório de Segurança, o Centro de Apoio dos Museus
Smithsonian (CAMS) e o
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Instituto de Ciências Noéticas.
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Todos os rituais, informações científicas, obras de arte e monumentos
citados neste romance
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Prólogo
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Casa do Templo 20h33
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O segredo é saber como morrer.
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Desde o início dos tempos, o segredo sempre foi saber como morrer.
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O iniciado de 34 anos baixou os olhos para o crânio humano que segurava com as duas
mãos.
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O crânio era oco feito uma tigela e estava cheio de vinho cor de
sangue. Beba, disse ele a si mesmo.
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Você não tem nada a temer.
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Como rezava a tradição, ele havia começado aquela jornada vestido com os
trajes ritualísticos
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de um herege medieval a caminho da forca, com a camisa frouxa
deixando entrever o peito pálido, a
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perna esquerda da calça arregaçada até o joelho e a manga direita enrolada
até o cotovelo. De seu
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pescoço pendia um pesado nó feito de corda - uma "atadura",
como diziam os irmãos. Nessa noite,
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porém, assim como os companheiros que assistiam à cerimônia, ele estava vestido de mestre.
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O grupo que o rodeava estava todo paramentado com aventais de
pele de cordeiro, faixas na
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cintura e luvas brancas. Em volta do pescoço usavam jóias cerimoniais que cintilavam à luz mortiça
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como olhos espectrais. Muitos daqueles homens ocupavam cargos de
poder lá fora, mas o iniciado
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sabia que suas posições mundanas nada significavam entre
aquelas paredes. Ali todos eram iguais,
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irmãos unidos pelo juramento compartilhando um elo místico.
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Correndo os olhos pelo impressionante grupo, o iniciado se
perguntou quem, no mundo
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exterior, seria capaz de acreditar que todos aqueles homens
pudessem se reunir em um mesmo
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lugar... Principalmente naquele lugar. O recinto parecia um
santuário sagrado do mundo antigo.
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A verdade, porém, era ainda mais estranha.
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Estou a poucos quarteirões da Casa Branca.
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Aquele edifício colossal, situado no número 1.733 da Rua 16 Noroeste, em
Washington, D.C.,
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era a réplica de um templo pré-cristão - o Templo do Rei Mausolo,
o primeiro mausoléu... Um
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lugar para onde se era levado após a morte.
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Diante da entrada principal, duas esfinges de 17 toneladas
montavam guarda ao lado das portas
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de bronze. O interior era um labirinto de câmaras ritualísticas, corredores, alcovas
secretas,
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bibliotecas e até mesmo um compartimento contendo os
restos mortais de dois corpos humanos. O
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iniciado havia aprendido que cada cômodo daquele edifício guardava um segredo, mas sabia
que
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nenhum deles ocultava mistérios mais profundos do que a câmara colossal, na qual se encontrava
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Sua forma era a de um quadrado perfeito. E o ambiente era
sombrio e grandioso. O teto
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altíssimo se erguia a surpreendentes 30 metros, sustentado por
colunas monolíticas de granito verde.
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Ao redor da sala, fileiras de cadeiras russas de nogueira
escura, estofadas com couro de porco
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trabalhado à mão, estavam dispostas em níveis. Um trono de 10 metros de
altura dominava a parede
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oeste, e um órgão escondido ocupava o lado oposto.
As paredes eram um caleidoscópio de símbolos
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antigos... Egípcios, hebraicos, astronômicos, alquímicos e outros ainda desconhecidos.
Nessa noite, a
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Sala do Templo estava iluminada por uma série de velas minuciosamente
posicionadas. Seu brilho
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fraco era complementado apenas por um facho de luar que entrava
pela ampla clarabóia do teto
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jogando luz sobre o elemento mais surpreendente da sala - um
imenso altar feito de um bloco maciço
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de mármore belga preto polido, situado bem no meio do recinto
quadrado.
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O segredo é saber como morrer, lembrou o iniciado a si mesmo.
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– Chegou a hora - sussurrou uma voz.
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O iniciado deixou seu olhar subir até o rosto do distinto personagem
vestido de branco à sua
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frente. O Venerável Mestre Supremo. O homem, de
quase 60 anos, era um ícone norte-americano,
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estimado, robusto e dono de uma fortuna incalculável. Seus cabelos outrora escuros
estavam ficando
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grisalhos, e o semblante conhecido refletia uma vida inteira de
poder e um vigoroso intelecto.
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– Preste o juramento - disse o Venerável Mestre, com uma voz suave feito
a neve. - Complete
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sua jornada.
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A jornada do iniciado, assim como todas as daquele tipo, havia
começado no grau 1. Naquela
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noite, em um ritual parecido com este de agora, o Venerável Mestre o vendara com uma faixa
de
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veludo e pressionara uma adaga cerimonial contra seu peito nu,
indagando:
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– Você declara seriamente, pela sua honra, sem influência de motivações mercenárias ou
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quaisquer outras considerações indignas, candidatar-se de forma
livre e espontânea aos mistérios e
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privilégios desta irmandade?
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– Sim - Havia mentido o iniciado.
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– Então que isso seja um estímulo à sua consciência - alertara o mestre -, bem como
a morte
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instantânea caso algum dia você venha a trair os segredos que lhe
serão revelados.
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Na época, o iniciado não sentira medo. Eles jamais saberão meu verdadeiro motivo para estar
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aqui.
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Nessa noite, porém, uma atmosfera de ameaçadora solenidade pairava na Sala do
Templo,
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levando-o a rememorar todos os avisos severos recebidos durante
a jornada, ameaças de punições
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terríveis caso ele algum dia revelasse os antigos segredos que estava
prestes a conhecer: garganta
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cortada de orelha a orelha... Língua arrancada pela raiz...
Entranhas removidas e queimadas...
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– Irmão - disse o mestre de olhos cinzentos, pousando a mão esquerda no ombro do iniciado. -
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Preste o juramento final. Tomando coragem para dar o último passo de sua jornada. - O
iniciado
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endireitou o corpo e voltou sua atenção para o crânio que segurava nas mãos. À fraca luz das velas, o
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vinho cor de carmim parecia quase negro. Um silêncio sepulcral reinava na sala, e
ele podia sentir os
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olhos das testemunhas cravados nele, à espera que prestasse o juramento
final e se unisse àquele
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grupo de elite.
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Hoje à noite, pensou ele, entre estas paredes, está acontecendo algo que nunca
aconteceu
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antes na história desta irmandade. Nem sequer uma
vez em séculos. Ele sabia que aquilo seria a
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faísca... E que lhe daria um poder inimaginável. Cheio de energia, respirou
fundo e repetiu as
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mesmas palavras pronunciadas antes dele por incontáveis homens espalhados por todo o
mundo.
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– Que este vinho que agora bebo se transforme em veneno mortal
para mim... Caso algum dia
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eu descumpra meu juramento de forma consciente ou voluntária.
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Suas palavras ecoaram no espaço oco. Então, o silêncio foi total.
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Firmando as mãos, o iniciado levou o crânio à boca e sentiu os lábios tocarem o osso seco.
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Fechou os olhos e o inclinou, bebendo o vinho em goles
demorados, generosos. Depois de sorver
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tudo até a última gota, abaixou o crânio. Por um instante, pensou sentir
os pulmões se contraírem e
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seu coração começou a bater descompassado. Meu Deus, eles sabem! Então, com a mesma rapidez
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que havia surgido, a sensação passou.
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Um agradável calor começou a percorrer seu corpo. O iniciado
soltou o ar, sorrindo consigo
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mesmo enquanto observava o homem de olhos cinzentos que não desconfiava de nada e que acabara
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de cometer o erro de deixá-lo entrar para o círculo mais secreto de sua irmandade.
Você logo perderá
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tudo o que lhe é mais precioso.
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