segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Capítulo 3 (Sorte ou Azar)
Capítulo 3:
Então uma estranha, uma garota cujo cabelo completamente preto combinava
com a cor do minivestido e das botas de salto alto, saiu bamboleando do
caramanchão e parou com a mão no quadril estreito e projetado enquanto me
olhava cheia de suspeitas pelos olhos maquiados demais. - Quem é você, afinal?
– perguntou ela. Percebendo que as pessoas no caramanchão me olhavam com uma
hostilidade idêntica, me ouvi gaguejar: - Ah, sou Jean Honeychurch, prima de
Tory Gardiner... A garota de cabelo preto disse de novo a palavra começada com
M, desta vez num tom bem diferente. Depois levantou a mão que estivera mantendo
às costas, e tomou um gole comprido do copo que estava segurando. - Não se
preocupem – disse por cima do ombro para as pessoas do caramanchão. – É só a
minha prima esquisita lá de Iowa. Pisquei uma vez. Duas. E depois uma terceira
vez. - Tory? – perguntei incrédula. - Torrance – corrigiu minha prima. Pousando
o copo num banco baixo de pedra, ela tirou um cigarro de trás da orelha e
enfiou entre os lábios vermelhos. – O que está fazendo aqui? Você só deveria
chegar amanhã. - E... acho que me adiantei. Desculpe. Nem pergunte por que eu
estava me desculpando por algo que nem era minha culpa. Os Gardiner é que erram
o dia da minha chegada, não eu. Mas havia uma coisa em Tory – nessa nova Tory,
pelo menos – que fez o nó no meu estômago se torcer com mais força do que
nunca. Esta era Tory? Esta era a minha prima Tory, com quem, quando os Gardiner
tinham nos visitado pela última vez em Iowa, eu havia entrado no riacho Pike e
subido nas árvores próximas à escola? Não podia ser. Aquela Tory era gorducha e
loura, com sorriso maroto e um senso de humor igualmente travesso. Esta Tory
parecia ter sorrido pela última vez há muito tempo – um tempo realmente longo.
Não que não fosse bonita. Era, de um modo supersofisticado, chique-urbano.
Tinha perdido a gordura infantil e agora seu corpo era magro como um caniço. O
cabelo louro também havia sumido, trocado por um preto nanquim em um corte
Chanel severo. Parecia uma modelo – mas não uma daquelas felizes e ensolaradas
como Cindy Crawford. Parecia uma daquelas infelizes que viviam fazendo
beicinho... como Kate Moss, depois de ter sido detonada por cheirar tanta
cocaína. Tory, senti vontade de dizer. O que aconteceu com você? Tory devia
estar pensando algo parecido – só que sobre eu ter mudado desde a última vez em
que me viu –, porque de repente deu um risinho (o risinho com menos humor que
já ouvi) e disse: - Meu Deus, Jinx. Você não mudou nem um pouco. Ainda tem um
frescor de fazenda e uma doçura campestre. Ah. Talvez ela não estivesse
pensando algo parecido. Olhei para mim mesma. Naquela manhã eu havia me vestido
com cuidado extra-especial, sabendo que, quando saísse do avião, estaria na
cidade mais sofisticada do mundo. Mas era evidente que meus jeans, o suéter de
algodão cor-de-rosa e os sapatos de camurça do mesmo tom de rosa não eram
urbanos o suficiente para disfarçar o fato de que, na maior parte, sou
exatamente o que Tory havia me acusado de ser: alguém com um frescor de fazenda
e uma doçura campestre. Se bem que meus pais moram numa rua sem saída, e não
numa fazenda. - Meu Deus – disse uma voz dentro do caramanchão. – O que eu não
daria por esse cabelo. – E então, retorcendo-se como uma cobra, uma garota com
a mesma magreza de modelo de Tory – tão Tyra Banks quanto Tory era Kate Moss –
deslizou para fora do caramanchão e se juntou a Tory me inspecionando.
- Isso é natural? – perguntou a garota, ficando na ponta dos pés para
segurar um dos cachos ruivos que brotavam da minha cabeça de uma forma tão
descontrolada que basicamente desisti de conter. Parecia estar usando uma
espécie de uniforme de escola composto de blusa branca, blazer azul e saia
pregueada cinza. Mas, nela, até um uniforme de escola parecia alta-costura. Só
para mostrar como era bonita. - Ah, o cabelo dela é natural – respondeu Tory,
não como se achasse isso bom. – O da nossa avó é igual. - Meu Deus – insistiu a
garota. – É muito sinistro! Conheço garotas que pagariam uma grana preta para
ter cachos assim. E a cor! É tão... viva. - Ei – disse uma voz masculina no
caramanchão. – Vocês só vão ficar babando na ruiva aí ou vamos aos finalmentes?
A garota que havia gostado do meu cabelo revirou os olhos, até mesmo Tory – ou
Torrance, como aparentemente ela preferia ser chamada agora – abriu algo que se
parecia com um sorriso. - Meu Deus, Shawn – disse ela. – Fica frio. – Ela se
virou para mim: - Quer uma cerveja? Tentei não parecer muito chocada. Uma
cerveja? Tory estava me oferecendo uma cerveja? Tory, que há cinco anos nem
comia Pop Rocks, porque estava convencida de que essas balinhas fariam seu
estômago explodir? - Ah – respondi. – Não, obrigada. Não é que eu não beba
(tomei champanhe no casamento da mãe da Stacy
com seu novo padrasto, Ray), mas não gosto de cerveja. - Temos uma jarra de
chá gelado Long Island também – disse a amiga de Tory, de modo amigável. - Ah –
suspirei, aliviada. – Tudo bem. Vou tomar um pouco. A amiga de Tory fez uma
careta. - É – disse ela. – Eu também não gosto de cerveja. Ah, meu nome é
Chanelle. - Chanel? – repeti. Não sabia se tinha escutado direito. - É. Só que
com um L extra e um E no final – ela corrigiu. – Chanel é a loja predileta da
minha mãe. - Ainda bem que não é Gucci – comentou o garoto que Tory havia
chamado de Shawn.
- Ignore esse cara – disse Chanelle para mim, revirando de novo os
expressivos olhos escuros enquanto eu a acompanhava para dentro do caramanchão.
– Esse é o Shawn – ela apontou para um cara louro sentado numa mesa com tampo
de vidro. Ele usava calça cinza, camisa social branca com as mangas enroladas e
uma gravata de listras vermelhas e azuis, que fora amarrada de qualquer maneira
e depois afrouxada com o mesmo descuido. - E aquele ali é o meu namorado,
Robert – continuou Chanelle. Outro garoto, esse de cabelos escuros, mas usando
exatamente as mesmas roupas de Shawn, balançou a cabeça para mim acima do
cigarro que estava enrolando. E foi então que percebi que não era um cigarro. -
E aquela é a Gretchen – Chanelle apontou para outra garota linda como uma
modelo, loura, com um piercing na sombrancelha e usando o mesmo uniforme de
Chanelle. – E aquela é Lindsey. – Lindsey, também com uniforme de escola, era
uma versão menor de Gretchen, sem o piercing. Em vez disso usava uma
gargantilha de veludo e batom vermelho-vivo. As duas garotas mal notaram minha
presença. Pareciam muito mais interessadas nas bebidas que seguravam do que em
mim. - E aí? – Shawn esfregou as mãos. – Já acabou o papo-furado? Podemos
voltar ao que interessa? No canto mais distante do caramanchão, onde a parede
de vidro encontrava a de tijolo, alguém pigarreou. - Ah – disse Chanelle. –
Quase esqueci. Aquele é o Zach. O cara no canto inclinou uma lata de Coca na
minha direção como uma espécie de cumprimento. - Olá, prima de Jean de Iowa –
ele me cumprimentou em tom agradável. Ao contrário dos outros dois garotos, não
usava gravata nem calça social, e sim jeans e camiseta. Devia ser um ou dois
anos mais velhos do que todos os outros no caramanchão, que pareciam mais ou
menos da minha idade. Além disso era gato. Demais. Do tipo com ombros largos,
cabelo escuro, olhos verdes – deus grego. - Você não estava de saída, cara? –
perguntou Shawn a Zach, numa voz não muito amigável.
- Estava – Zach se arrastou para abrir espaço para mim no banco, o único
lugar que restava. – Mas acho que vou ficar mais um pouquinho. - À vontade –
Shawn não pareceu muito feliz com isso. - Bom – Tory serviu um copo de chá
gelado de uma jarra que estava no piso do caramanchão e passou-o para mim. Eu
me sentei ao lado de Zach. – Odeio essa coisa de você nunca ficar para o melhor
da festa, Zach. - Talvez eu só não esteja muito a fim de me ligar antes do
anoitecer. – explicou Zach. - Eu gostaria de ficar ligado 24 horas por dia,
sete dias por semana – disse Robert, ansioso, enquanto lambia as pontas do
papel que estava enrolando. - E fica – garantiu Chanelle. E não como se
estivesse satisfeita com isso. - Certo, onde é que a gente estava? – perguntou
Tory. – Ah, é. Eu preciso pelo menos do suficiente para chegar até as provas do
período. E você, Chanelle? - Bem – começou Chanelle. Notei que o suéter que ela
havia amarrado na cintura era do mesmo tom de azul das tiras das gravatas dos
garotos. Assim como o de Gretchen e de Lindsay. Então todos eram da mesma
escola – a escola Chapman, para onde eu seria transferida... admito que meio
tarde no ano letivo. Mas houve circunstâncias atenuantes. Engoli em seco.
Melhor não pensar nas circunstâncias atenuantes agora. - Para mim, não,
obrigada – disse Chanelle. - Meu Deus, Chanelle – Tory fez beicinho. – As
provas. Para não mencionar o baile de primavera. Quer chegar lá gorda que nem
uma vaca? Alô? - Meu Deus, Torrance. Cravos. Para não falar de espinhas. Quer
que minha dermatologista me mate? Alô? – contra-atacou Chanelle, num tom que
não era desagradável, mas fazendo uma imitação de Tory que fez Lindsay fungar
até o chá gelado sair pelo nariz. - Otária – xingou Tory, quando viu isso. Lindsay
enxugou o nariz na manga do suéter, e disse: - Posso botar vinte. - Vinte –
Shawn anotou os números no Treo que ele havia tirado de uma mochila no chão. –
E você, Tor? - A mesma coisa, acho – respondeu Tory.
Ela acendeu seu próprio cigarro, elaboradamente me ignorando, mesmo que eu
a estivesse olhando fixo. Não dava para acreditar no que eu estava vendo. Tipo,
já era bem ruim Tory ter se tornado morena, e magra como uma estrela de cinema.
Mas ela também estava comprando drogas? Se bem que eu tinha de admitir que
Shawn não se parecia nem um pouco com os traficantes que apareciam com tanta
regularidade em Law and Order. Não era esquelético nem usava roupas sujas.
Parecia... legal. E Tory não parecia uma viciada. Quero dizer, ela é totalmente
linda. E, para completar, a vida dela, pelo menos pelo que dava para ver,
parecia perfeita. Por que precisava de drogas? Esses eram os pensamentos que
chacoalhavam na minha cabeça enquanto
eu fiquei ali sentada. Acho que dava para dizer que eu estava sofrendo um
tremendo choque cultural. Além disso, o nó no meu estômago estava maior e mais
apertado do que nunca. - E preciso de um pouco de Valium – acrescentou Tory. –
Ando muito tensa ultimamente. - Achei que as suas idas à sala da caldeira com
Shawn durante o horário livre de estudos eram para isso – Gretchen abriu a boca
pela primeira vez. Sua voz era surpreendentemente grave. Assim como o que ela
estava dizendo. Era surpreendente. Tory e Shawn namoravam? Mas Tory apenas
lançou um olhar sarcástico para amiga. E o dedo médio. - Posso lhe arranjar dez
– Shawn riu. – Mais do que isso é querer encrenca. Sei que é uma causa perdida,
mas e você, Rosen? Precisa de alguma coisa? Ao meu lado, Zach disse: - Não,
obrigado. Estou bem. Tory pareceu chocada. - Zach, tem certeza? Porque Shawn
pode conseguir o negócio de verdade. Nada daquela porcaria genérica. O pai dele
é médico. - Minha Nossa, Tor, o cara é careta, sacou? Deixa ele em paz – disse
Shawn. Seu olhar pousou em mim. – E você, ruiva?
Tory, que há um instante havia parecido chateada, riu tanto que um pouco da
sua bebida saiu pelo nariz e ela começou a engasgar. isso fez Lindsey
pronunciar um ―Otária‖ exatamente como Tory havia xingado quando a mesma coisa
aconteceu com ela. Falei tentando não mostrar como estava prestes a pirar de
vez: - Não, obrigada. Eu... estou tentando parar. - Ei - comentou Zach, na
maior cara de pau. - Bom para você, prima Jean. O primeiro passo é admitir que
tem um problema. - Obrigada – respondi, e tentei esconder meu espanto pelo fato
de o cara mais gato da área estar falando comigo, enquanto eu tomava um gole do
chá gelado... ... que cuspi imediatamente. - Ei – Robert segurou o seu baseado
na defensiva. – Fala sem cuspir, ruiva! - Ah, meu Deus – exclamei. Podia sentir
as bochechas pegando fogo. – Desculpe. Não tinha notado... não esperava que
tivesse... - ... álcool? – Tory havia se recuperado, e agora jogou um punhado
de guardanapos para Zach. – Por que você acha que isso se chama chá gelado Long
Island, idiota? - Eu nunca tinha tomado – respondi. – Nem nunca estive em Long
Island. Ah, meu Deus, Zach, desculpe. Mas Zach não pareceu irritado. Na verdade
tinha um sorriso divertido no rosto. - Nem nunca estive em Long Island – ecoou
ele, como se estivesse tentando decorar a frase.
- Desculpe mesmo – repeti. Realmente não dava para acreditar. Quero dizer,
dava, porque aquilo era a minha cara, claro. Mas também não dava porque... bem,
porque eu havia acabado de cuspir chá gelado Long Island em cima do cara mais
gato que eu já tinha visto. Tipo, fazia apenas uma hora que eu estava em Nova
York e já havia bancado a completa imbecil. Tory e os amigos dela deveriam
achar que eu era a pior caipira que eles já haviam encontrado. Não era como se
ninguém na minha antiga escola nunca bebesse, ficasse doidão ou comprasse
drogas. Só que não costumavam fazer isso... bem, perto de mim. - Desculpe mesmo
– insisti. Zach riu para mim. Senti meu coração acelerar. Fica fria, Jean.
- Sem problemas, prima Jean de Iowa. Quer uma Coca, ou algo assim? – O riso
ficou mais largo. – E estou falando do tipo comum. - Claro – respondi
completamente atordoada com o sorriso. – Seria ótimo. Zach se levantou, mas
sentou-se de novo quando Tory latiu: - Eu pego para ela – e saiu abruptamente
do caramanchão. - Meu Deus – disse Gretchen. – O que é que ela tem? Robert
revirou os olhos na direção de Zach. - Tenta adivinhar. - O quê? – perguntou
Chanelle, defendendo Tory. - Meu Deus, ta todo mundo cego? A Torster está
tomando conta do Rosen – explicou Robert entre as baforadas. Zach franziu a
testa. - Que negócio é esse da Tory estar tomando conta de mim? - A au pair,
cara – Robert balançou a cabeça. – Por que outro motivo um cara grande,
importante e mais velho que nem você ia ficar com a gente? Você obviamente não
veio aqui comprar, então... Em vez de negar, como eu meio esperava, Zach ficou
pensativo. - Ei – disse Chanelle indignada – Não é verdade. Torrance é a fim do
Shawn. Não está doida pelo Zach. - Se Tor é tão a fim do Shawn – quis saber
Robert –, por que está se esforçando tanto para manter o Robert longe da au
pair, hein? - Cala a boca, Robert – Chanelle, deu-lhe um chute por baixo da
mesa com tampo de vidro. – Você não sabe do que está falando. - Ei, não atire
no mensageiro – reagiu Robert. – A Torster é tão doida pelo Sr.
Quatro-Ponto-Zero aqui que já pode sentir o gosto, se é que vocês me entendem.
- Grosso! – exclamou Chanelle, e até Zach franziu a testa em desaprovação. -
Não na frente da prima Jean, por favor. Ela é nova aqui – disse ele. Robert me
olhou. - Ah, desculpe. Eu senti mais vontade de morrer do que nunca. Prima
Jean. Era quase tão ruim quanto Jinx. Quase.
- Ei, tudo bem – disse Shawn com tranqüilidade levantando os olhos de seu
Treo. – Torrance e eu temos um trato. Foi nesse exato momento que Tory voltou
com uma lata de refrigerante.
- Aqui, Jinx – ela empurrou a lata para mim. – Que tipo de trato a gente
tem, Shawn? - Você sabe – os dedos de Shawn voavam sobre o teclado do Treo, o
olhar grudado na tela. – Relacionamento aberto, e aquela porcaria toda. - Ah –
Tory, afundou de novo na cadeira. – É isso aí. Amigos com benefícios. Por que
estamos falando disso? - Por nada – respondeu Chanelle rapidamente, olhando
para Robert, que só deu um risinho. Fiquei ali sentada, tentando não parecer
chocada. Amigos com benefícios? Tentei visualizar o que minha melhor amiga,
Stacy, faria se seu namorado, Mike, sugerisse que os dois eram amigos com
benefícios, em vez de um casal monógamo. Então estremeci. Porque sabia que a
carnificina resultante não seria bonita. - Por sinal – Tory interrompeu meus
pensamentos. – De nada. - Ah – olhei a lata de refrigerante que estava
esquecida na minha mão, e senti que ia ficando vermelha de novo. – Obrigada. -
Você vai achar outras iguais na geladeira – ela comunicou em tom significativo.
– Petra mostrou onde é a cozinha. - Ainda não... - Bem, não deixe de fazer um
circuito geral. É a última vez que pego uma coisa para você. - Boa, Tor – disse
Chanelle. – Seja uma vaca, mesmo. – Então, como se estivesse sem graça com a
grosseria de Tory, Chanelle se virou para mim e perguntou: - Então, quanto
tempo você vai ficar em Nova York, Jean? O nó em meu estômago se revirou. Olhei
de novo para a lata de Coca. - Estou me transferindo para a Chapman pelo resto
do ano letivo. E depois eu vou passar o verão aqui, também. Não deixei de
captar o olhar trocado por Gretchen e Lindsey. Não que eu as culpasse. Quem se
transfere para uma escola nova faltando apenas um mês para o fim do semestre?
Uma anormal como eu, claro. - Ah, é – disse Tory, lépida. – Esqueci de contar a
vocês. A Jinx aqui vai terminar o semestre com a gente. - Por quê? – quis saber
Chanelle.
Por um lado, fiquei aliviada porque Tory aparentemente não havia contado a
eles sobre mim. Agora eu poderia dizer o que quisesse sobre o motivo de estar
naquela cidade. Por outro lado, fiquei meio magoada. O que era ridículo, claro.
Mas poderia pensar que Tory pudesse ter mencionado aos amigos que a prima iria
morar na casa dela. A não ser, claro, que isso simplesmente não fosse
importante.
- Ah – engoli em seco. – Só meio que precisei de uma mudança. - Meu Deus,
Jinx – disse ela. – Será que você poderia pensar numa coisa mais idiota para
dizer quando as pessoas perguntarem isso? Elas vão perguntar, você sabe. Muito.
Uau. Isso é que era eu poder dizer o que quisesse sobre o motivo de estar ali.
Senti que estava ficando vermelha. De novo. - Bem – o nó no estômago estava
começando a ficar do tamanho de um punho. – É meio... pessoal. - Pelo amor de
Deus – Tory pegou o baseado das mãos de Shawn e deu uma longa tragada. – É só
contar, Jinx. Ela estava sendo assediada por um cara, não é?
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